Hoje vi um filme, um pouco triste. Falava de alguém que saiu de casa para trabalhar e nunca mais voltou. Eu estava sozinha, no sofá da sala. Estava quente. E escuro.
De repente eu percebi uma mensagem dentro de mim. Uma mensagem a um coração cansado, frio e humano. Era sobre as pessoas em volta, sobre a facilidade com que elas vêm e vão. Do mais chegado e querido, ao mais distante. Todos vêm e vão.
Enquanto começava a articular essas palavras em minha mente, procurei conectar memórias de gente que vi e vivenciei nos últimos anos. Alguns – correção, a maioria - eu sequer sei onde estão, se estão e com quem estão. Procurei me convencer de que cada um procurou ganhar a vida da maneira que lhes convinha, e por isso não os tenho notícias. Então me foquei num passado mais próximo coligando ao presente.Desde dois anos atrás tenho o meu grupo “fixo” de amigos. Quanto tempo faz que não vejo todos? Nem me lembro mais. Sequer me recordo a época da última reunião que fizemos. E os amigos da faculdade? Semestres vão passando e o grupo diminuindo. E ficando cada vez mais distante. Dois contam em um canto as últimas do laboratório, dois em outro segredam algo que não sei, mas imagino ser relacionado a Naruto ou a jogos, duas ou três do outro lado contam as últimas novidades da vida, das festas, da família. Não é que eu não esteja inclusa, estou. Ou pelo menos tento arduamente estar. Mas aparentemente nada mais me é incluso. Nenhum assunto me condiz, não tenho nada a acrescentar.