quarta-feira, 14 de maio de 2008

Da divagação

Um brinquedo torto, com todas as peças no lugar.

Um estágio de sonho que se tornou coma

Apatia, amnésia, indiferença

Cabeça no lugar, pé no chão

E nenhum suspiro em seus pulmões.

E um calor estranho em seu coração.

Novo dia, levanto sem acordar

Tudo segue, a vida continua para quem a vive

Novo dia de radiação solar invadindo cada célula

Sou só eu, ou o calor virou risco de câncer?

Sou só eu, ou o trânsito se tornou excessivo?

Sou só eu, ou tem população demais

E gente de menos?

Tudo igual, trocam as estações

Exatamente igual ao que estava antes, estático

Estática, ruído, chiado, barulho

Sou só eu, ou tem gritos em todo canto?

Sou só eu, ou tem cilindros demais?

Sou só eu, ou há um volume excessivo de conversas

E nenhum assunto?

Aberraçãozinha estranha

Com quem as pessoas já se acostumaram

Contentamento momentâneo, excitação

Vontades, planos, aspirações

E nenhuma idéia em sua mente.

E nenhuma saída do turbilhão.

Um comentário:

Renato disse...

Alguma indignação com a vida moderna... talvez... Ou talvez uma indignação profunda com a forma que o eu lírico se insere nessa fromação caótica (ou evita se inserir).