quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Da queda

Quando tudo sai ao esperado, quando tudo parece estar perdido e errado. O que fazer?
Quando somos julgados por variáveis irrelevante, quando até mesmo os rebelados são preferidos. O que fazer?
Quando alimentam a quem os difamam, e relevam às aspirações de outrem. O que fazer?

Quando já não se sabe mais qual estrada seguir, quando já não se vê mais estrada. O que fazer?
Quando sua arte se esvanesce, nada mais te inebria. O que fazer?
Quando já não se tem mais certeza do lugar onde deveria estar. O que fazer?

Pra onde ir?
O que acontece com o resto dos desejos?
Como se consegue ter em definitivo a sua dádiva querida?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Da guerra dos sexos

Ultimamente tenho visto muitos textos que tratam das diferenças entre homens e mulheres no agir, no pensar, na justificativa evolutiva para as habilidades de cada um, dos machismos, femismos...
Tenho lido, e analisado. Confesso até mesmo comparado.
Eu e meu namorado não nos encaixamos em muitos dos padrões que vi. Seríamos nós seres anormais?

Então, numa análise mais minuciosa percebi que o ser humano tende a sempre facilitar o seu lado. Sempre é o certo. E nessa, aprofundam-se os quesitos dessa infinita guerra ideológica. Óbvio que uns tem maior facilidade nisso, outros naquilo. Porém, o cérebro, como praticamente todos os órgãos do corpo humano é passível de hipertrofia e atrofia. Portanto, se uma pessoa biologicamente saudável e normal trabalha uma área em que tenha dificuldade, automaticamente tenderá a executar melhor essa tarefa que pretendia. Seja um lobo inteiro do cérebro responsável por tal atividade ou não.

Creio que um dos grandes motivos para que eu e meu namorado não soframos com essa guerra seja o fato de um incentivar o outro a trabalhar as áreas em que temos dificuldades e não vangloriar pelo q podemos fazer melhor que o outro. A chave para o equilíbrio é estar constantemente se aperfeiçoando e aprendendo, além de evitar diminuir ao outro.
Numa frase satírica, "cada um no seu quadrado". Trabalhando para melhorar esse quadrado, porém sem mau-dizer o quadrado alheio.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Da tentativa e erro

O ócio físico é um erro.
Constantemente temos o hábito de ler, pensar (ou não) na "moral da história" e tirar nossas conclusões à velocidade da luz. A transmissão sináptica de neurônio a neurônio é mais rápida do que a transmissão sináptica neuro-muscular, portanto muitas vezes não podemos acompanhar escrevendo a velocidade de nossos pensamentos.
Então, juntamos essa dificuldade, o comodismo e a preservação de papel para evitar o desmatamento - na hora da desculpa surgem os subterfúgios mais inimagináveis e improváveis - para dar vazão à preguicite e evitar escrever.
Quando vc percebe que exagerou?
Quando vc tem vários artigos livros e outras publicações a mão e não consegue escrever um pré-projeto científico. Pelo menos foi este o meu caso. Sim, vc pensa. Sim, vc tem idéias. Mas simplesmente não consegue materializá-las de forma suscinta e objetiva.
O que fazer?
Se eu soubesse... Tudo seria mais fácil. Estou tratando a dependência ao ócio como tratamos de uma dependência química: só por hoje vou escrever algo que pensei. Além do ritual de auto-ajuda (vejam só a que ponto podemos chegar) estou trabalhando os músculos do cérebro e dos dedos como numa fisioterapia: escrevendo lentamente e nada de muito complicado, para que possa acompanhar meu próprio raciocínio.

Eis que nessa era de twitter (ao qual não aderi) onde idéias e pensamentos são materializados em drops de frases desconexas e descontínuas ainda nos deparamos com a distância e a dificuldade em comunicação. Ah, as ironias da vida!

domingo, 12 de abril de 2009

Do ponto de pensamento

Sabedoria é simplificar o que é difícil para torná-lo acessível;
Conhecimento é o material necessário para guiar ações e decisões;

Seria então segurança a serenidade de aplicar o conhecimento de forma sábia confiando na própria capacidade de gerar resultados favoráveis?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

De longe

Estou tentando resolver tudo sozinha, sabe?
Em parte para não dar trabalho, pra não desviar a atenção que cada nanômetro do universo necessita para ser mantido em órbita apenas com meus anseios e aspirações para o futuro.
Em parte pq gostaria que se orgulhasse de mim, q visse q sou capaz, q sou forte, inteligente e todo aquilo q quero ser e q sei q deseja de mim.
Queria poder ajeitar as coisas sem recorrer ajuda a todo momento.
Não fraquejar, não temer, não falhar
Queria de verdade me sentir feliz e satisfeita, recear o novo, claro até mesmo como uma atitude de prudência, mas enfrenta-lo, 5 minutos depois do espanto já ter compreendido. 10 depois já ter encaminhado a novidade.
Talvez eu seja capaz de fazer isso em razoáveis momentos.
Talvez até, me atrevo a pensar, muito mais vezes do que o normal, ou muito mais rápido. Afinal, um punhadinho de ego por poder fazer bem uma tarefa não chega a ser uma falha.
Mas não pude, ou não posso.
Sei que ninguém o pôde, mas às vezes eu gostaria que me aprovassem, ser bem quista pelas pessoas ou que pelo menos reconhecessem minha habilidade e esforço, especialmente o segundo.
Não agrado nem a maioria pelo visto. Já que a maioria aparentemente não se importa, não vê ou realmente não se interessa.
E então, de novo me sinto um fracasso.
De novo re-lembro a fatídica segunda-feira que não fiz. Que interessante...até mesmo os analgésicos para não chegar ao desespero no caso de a queda não ser fatal, e levar alguns instantes até que algum órgão toráxico vital enfim sucumbisse. Estava bem planejado, mas não. Pouco antes desisti.
Ainda me arrependo de ter resolvido fazer, me arrependo de ainda considerar a idéia, e as vezes, confesso, me arrependo da desistência.
Então temo, ou melhor, me aterrorizo de novo. Não quero voltar.
Não quero voltar pra casa, nem pros amigos, nem pras atividades. Lá tenho os conhecidos de novo, lá terei que ser analisada e julgada, mesmo que imperceptivelmente.
Às vezes queria ser condenada completamente logo de uma vez, a tortura do talvez e do quase é deveras, como posso descrever em palavras, humilhante, torturante. Chega a causar náuseas.
Durmo tarde, aliás, o sono foge de mim como o Diabo do divino poder. Não quero que o dia acabe pq estará mais perto de ir embora, de volta pra casa.
Acordo mais tarde ainda para não ter que encarar o novo dia q começou, pq o sono, qndo finalmente chega é o calmante, ou melhor dizendo, o torpor necessário para passar os dias apenas sorrindo e acenando indiferente.
Mas não posso.
Tenho uma graduação a terminar, um idioma para me aprofundar, um relacionamento para granjear, artigos para pesquisar, talvez até mesmo projetos a desenvolver.Tenho amigos para saudar, colegas para tentar tornar amigos. Uma classe para me colocar à berlinda para que decidam se vão me deixar tomando conta de tudo ou vão querer simplesmente tomar meu lugar sem sequer um “Ei, pode me mostrar o que já foi feito e o que esta em ndamento?” Tenho que enfrentar a completa indiferença ainda. Tenho que conseguir alguma indicação, infelizmente à custa de alguns sorrisos e esforço para que outros usufruam. Isso todo pq tenho que aprender a profissão à qual estou estudando em algum lugar, já que infelizmente percebi que a luta de anos não superou a gana capitalista irracional de minha instituição. Investir em algo para que possa obter prestígio e rendimento futuro deve ser mesmo para os fracos. Se for em educação então, acho que nem os fracos.
Tenho que voltar, para enfrentar todas essas constatações, para voltar a ser minha analista, já que nenhum dos anteriores conseguir superar a fase em que eu os analisava.
Acho que de certa forma todos somos um pouco carente de atenções, e encontrar um paciente disposto a se interessar por seus problemas o bastante para te analisar seja mais tentador que tentar encontrar a fundo a raiz do problema de mais um nebuloso paciente. Ou, pior ainda seja tentar que o nebuloso paciente supere essa raiz, esse sim creio ser meu problema.
Meu problema é que me exigem demais. Cada uma de minhas facetas me exigem demais.
E cada uma das pessoas que se acostumou a receber meu máximo se acostumomu a querer sempre mais, perpetuando o círculo vicioso.
Gostaria de permanecer aqui, escondida, inerte, incógnita a mim mesma. Dormente. Talvez para isso até mesmo abriria mão do que mais me faz bem, do carinho e do amor do meu amado. (Perdão amor, vc é minha vida) Engraçado citar, agora esclarescendo a mim mesma estaria disposta a abrr mão de minha vida. Fazendo uma retrospectiva a esse texto, citei a exaustão tal fato, tratando à vida real e a figurada
Vou me inspirar à Cássia Eller, mudaram minhas estações, meus locais, até minha aparência mudou um pouco, mas nada mudou. Sei que alguma coisa aconteceu, até já disse o que: o medo de não ser capaz de concretizar minhas próprias aspirações de ter um certo conforto e sucesso.Está todo tão diferente de quando eu saí. Mas agora, estou indo de volta pra casa.
E preciso de Ti de novo, com as minhas queixas egoístas e receios (provavelmente) infundados. E algumas de minhas metas inatingíveis.
Fique comigo, me ajude a ser sábia nas escolhas e na absorção de conhecimento. Me ajude a me encaminhar para que possa obter uma dose desses planos em tempo cronológico o bastante rápido que acompanhe o meu tempo psicológico.
Quero fazer, quero me esforçar, não quero obter de graça. Só Tu sabes o quanto isso é verdade, não seria bom o bastante obter sem esforço, me sentiria mais miserável que sinto agora, pelo menos agora tenho ao que aspirar, além de ar.
Quero oportunidade, sabedoria e serenidade, apenas isso tudo.
O mesmo de sempre.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Do texto

Já faz muito tempo, venho me lembrando eventualmente de um texto que vi ainda em meu ensino fundamental, em um de meus livros de português. Não me lembrava exatamente o nome, tão pouco me lembrava com perfeição do texto, só me lembrava que me chamou muita atenção pelo seguinte fato: o texto inteiro é constituído por substântivos. Sem verbos, adjetivos... E ainda assim descreve a rotina de um determinado cidadão, fumante, por sinal, com uma riqueza de detalhes que uma crônica rechada possívelmente não seria capaz de descrever.
Pesquisei, pesquisei, e por fim encontrei. (Salve google!)

Circuito fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma,
creme de barbear, pincel, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha.Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícaras e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projeto de filmes, xícaras, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapos, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dente, pasta, água. Mesa, poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, copos, pratos, talheres, guardanapos. Xícara, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

RAMOS, Ricardo, In: NETO, Antônio Gil. A produção de textos na escola. São Paulo: Loyola, 1993, p.82.

Encontrei, no mesmo site, outro texto também interessantíssimo. E também mais cômico:

Vidinha Redonda

Kátia da Costa Aguiar

Esperma, óvulo, embrião, parto. Bebê, choro, sobressalto, cocô, xixi, fralda, leite, colo, sono. Doença, vômito, pavor, pediatra, remédio, preço. Murmúrio, passos, fala. Escola, lancheira, material, professora. Curiosidade, descoberta. Crescimento, desenvolvimento, pêlos pubianos, seios, curvas, menstruação, modess, cólica, atroveran, adolescência. Primeiro beijo, paixão, shopping center. Batom, esmalte, rinsagem, depilação. namorado, pressão, intimidade, culpa. Festa, pai, ciúme, relógio, motel, desculpa, dissimulação. Faculdade, trabalho, consciência, cansaço, sossego, idade. Noivado, loja, fogão, geladeira, cama, mesa, banho, aliança, chá-de-panela. Cartório, igreja, núpcias. Sexo, trabalho, sexo, trabalho, sexo, esperma, óvulo, licença, parto.


Ambos encontram-se disponíveis em: http://www.pucrs.br/gpt/substantivos.php Último acesso: 27/10/2008.

Então parei por alguns instantes para analisar, o que é um texto?
Até mesmo o barulho de meu ventilador agora é um texto, aliás, a simples imagem dele, com suas hélices em moovimento rotacional constante é um texto. Mensagem? Calor pra um leitor, a necessidade humana da adaptação frente às condições adversas ambientais para promoção do auto-conforto para outro leitor. Quem é que vai saber? Certamente não o autor. Não. O autor, quando tem sorte, é o último a entender seu texto. A maioria jamais entende verdadeiramente o que quis dizer.

Ainda em minha pesquisa, encontrei algo que fortalece a minha idéia:

Você sabe qual o conceito?

Alfredina Nery
Especial para a Página 3 Pedagogia e Comunicação
Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito?
[...]
Texto é, então, uma seqüência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação.

O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir.

No site: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1639u10.jhtm

E para finalizar o racicínio, lembrei-me de um comentário de meu professor de português do ensino médio: Quem dá o sentido ao texto é o leitor.

Ou seja, o texto está aí. A grande questão é: quanto pudemos entender?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Do que ando produzindo

NÃO É ROMÂNTICO, NEM POÉTICO, MAS É O QUE ANDO PRODUZINDO TEXTUALMENTE. SEI QUE ESTÁ FORA DO CONTEXTO DO BLOG, MAS É O QUE ESTOU FAZENDO, FAZER O QUE? REPAREM QUE NÃO É UMA SELEÇÃO DE COPIAR+COLAR DA INTERNET. ESSE TEXTO FOI REDIGIDO A PUNHO, OU MELHOR, A DEDOS E TECLADO... EI-LO:

LINFOPROLIFERAÇÃO IN VITRO COM TIMIDINA TRITIADA

O QUE É?
É um teste imunológico que observa a proliferação dos linfócitos quando estão in vitro em meio de cultura apropriado frente ao estímulo de antígenos específicos.

PARA QUE SERVE?
O teste detecta a atividade de resposta linfocitária quando exposta a infecção, tendo por base o conhecimento de que os linfócitos, quando reconhecem um antígeno, tendem multiplicar-se, sofrendo expansão clonal e produzir anticorpos (linfócitos B) e citocinas (linfócitos T).

QUANDO PODE SER UTILIZADO?
Atualmente sua utilização é bastante restrita, sendo principalmente feito em estudos científicos para se medir a intensidade da resposta imune linfocitária à antígenos, geralmente bacterianos. Porém, pode ser amplamente utilizado comercialmente em casos de infecção recorrente, pacientes imunodebilitados ou infecções graves. Salvo a relação custo-benefício (tanto para a saúde do paciente, quanto de viabilidade econômica).

COMO FUNCIONA?
Obtém-se os linfócitos do paciente a partir da coleta de sangue periférico dele. Os antígenos que irão sensibilizar esses linfócitos podem ser obtidos a partir de uma cultura microbiológica do próprio paciente ou outras fontes (laboratórios de pesquisa por exemplo). Os linfócitos são cultivados em meio de cultura específico, rico em aminoácidos, vitaminas e outros componentes. Depois de um período de incubação são marcados por uma substância radioativa, a timidina tritiada, para então serem lidos.

O QUE É ANALISADO?
A análise se dá a partir da comparação entre a contagem dos linfócitos sensibilizados por antígeno e a amostra controle dos não sensibilizados. Os linfócitos são contados de acordo com o número de células marcadas pela timidina tritiada.
Além das próprias células, seus produtos também podem ser dosados. Os anticorpos geralmente são quantificados a partir de ensaio imunológico ELISA e as citocinas geralmente por citometria de fluxo.

QUAL É A TÉCNICA?
Inicialmente, uma amostra de sangue periférico do paciente é coletada com tubo heparinizado e centrifugados com ficoll-hystopaque a 25ºC para que, por densidade, separa as células a serem estudadas. Estas então são lavadas com salina e cultivadas em meio RPMI 1640, tomando-se cuidado extremo para evitar contaminação externa (pode-se usar antibióticos, desde que esses não afetem o antígeno que será utilizado).
O antígeno, geralmente bacteriano pode ser obtido do próprio paciente, através de cultura microbiológica de material de uma infecção dele mesmo ou de amostras de controle. Essas amostras geralmente são diluídas para que se obtenha uma proporção equivalente antígeno-linfócito.
Após um breve período de incubação as culturas dos linfócitos são separadas, ficando uma sem sensibilização por antígeno (para servir de controle) e a outra (ou outras, dependendo da quantidade de antígenos testados) submetidos ao antígeno, que pode ser derivada da bactéria completa, ou somente proteínas específicas a serem reconhecidas.
A partir de então, um novo período de incubação é realizado, levando-se em conta uma média entre as necessidades metabólicas bacterianas e linfocitárias para determinação das condições de incubação (temperatura, concentração de O2 e CO2, produtos no meio, tempo, e outras).
Então, as células são pulsadas com 1Ci/poço de 3H-timidina tritiada durante 6 horas para que a radiação seja incorporada às células. Depois são coletadas por papel filtro e depositadas em placa para adição de líquido de cintilação para serem contadas.
Os resultados são expressos em contagem por minuto e o cálculo é feito dividindo-se o valor das células sensibilizadas por antígeno pelas não sensibilizadas.
O sobrenadante não será contado junto com as células, mas pode ser analisado quanto à presença de anticorpos por método tradicional de ELISA ou quanto à presença de citocinas por técnica de citometria de fluxo ou de ELISA. Podendo ainda serem quantificados dentro das limitações das técnicas empregadas.

O QUE SE RETIRA DO RESULTADO?
A verificação da atividade linfocitária, se existente e em qual proporção, bem como a dos produtos dos linfócitos.
A partir dessa informação pode ser determinada a condição à que o paciente deverá ser mantido em relação ao tratamento e ao próprio ambiente a que ele está submetido.

RESUMINDO...
Trata-se de um teste onde são cultivados linfócitos, com e sem a presença de antígeno, para que se dose a atividade dessas células. Atividade essa que será medida a partir da interação entre essas células e o isótopo radioativo timidina-tritiada.
Tudo isso para determinar a eficácia da resposta imune frente a infecção pelo antígeno testado.

PORÉM...
Este é um teste extremamente sensível e deve ser feito com muito cuidado, pois está suceptível a muitos erros comuns, como contaminação do meio de cultura e do ambiente de incubação, falta de suprimentos essenciais a proliferação celular e bacteriana, desequilíbrio das proporções de concentração entre linfócitos-antígenos-nutrientes, e muitos outros interferentes.

APLICAÇÃO PRÁTICA
A maioria dos indivíduos infectados por Candida sp cura com terapia antifúngica. Por outro lado, episódios repetidos de infecção por Candida albicans são observados na candidíase recorrente que é caracterizada pela ocorrência de, no mínimo, quatro episódios de vaginites no período de um ano.
Estudos controversos têm sido reportados sobre a imunopatogênese da candidíase vaginal recorrente tendo algumas observações mostrado uma baixa resposta linfoproliferativa e ausência de reatividade do teste cutâneo com antígeno de Candida, detectado a existência de uma resposta do tipo 1 nesses pacientes. O principal objetivo do teste nesse caso é avaliar a resposta linfoproliferativa e a produção de IFN-g em pacientes com candidíase vaginal, e candidíase cutânea e mucosa recorrentes.

REFERÊNCIAS:
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia Celular e molecular. Tradução de Alessandro dos Santos Farias, et al. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2008.
CARVALHO, Lucas P. et al. Avaliação da resposta imune celular em pacientes com candidíase recorrente. Revista da Sociedade Brasileira de medicina Tropical. 36(5): 571-576, set-out, 2003.

ORDWAY, Diane J. et al. Aumento da produção de IL-4: Resposta ao Mycobacterium tuberculosis virulento em doentes com tuberculose em estádio avançado. Acta Med Port; 18: 27-36. 2005.

Acesso em: 22/10/2008.